segunda-feira, 7 de abril de 2008

Visita à Fragata Álvares Cabral


Desde o passado dia 03 de Abril, que a Fragata Álvares Cabral, se encontrava atracada no Cais Ro-Ro no Terminal Norte do Porto de Aveiro. No fim de semana, as portas do N.R.P. Álvares Cabral (Navio da República Portuguesa Álvares Cabral) foram abertas ao público em geral, a entrada era livre e ainda dava direito a visita guiada.
Como não é todos os dias que temos à porta de casa um Navio de Guerra da Marinha Portuguesa, o barramar.blog não deixou passar este momento em branco e rumou ao Terminal Norte...
Como já seria de prever, só nos foi permitido fotografar o exterior da fragata... e nós assim fizemos, e o resultado foi este...




















Porto de Encontro - 3º Classificado

3º Lugar - Concurso Fotografia "Porto de Encontro"
Autor: Nuno Miguel Ramalho


A Barra abraçada por um belíssimo arco-íris...
Esta fotografia obteve o 3º lugar no concurso de fotografia "Porto de Encontro" promovido pelo Porto de Aveiro, no âmbito das comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro.

Parabéns ao seu autor Nuno Miguel Ramalho.

domingo, 6 de abril de 2008

Poesia: Farol de mim por Lena Maltez

Numa das suas passagens por este blog, Lena Maltez, uma assídua leitora apaixonada pelo farol e pela região, teve a gentileza de me deixar um belíssimo poema. Em jeito de agradecimento aqui o publico "Farol de mim".

Farol de mim

não sabes ver ou sentir
a quietude silente

sei quem és, onde pertences

sorrio-te,
em dias de luz difusa
ou só de nevoeiro
sorrio-te,
nas noites repetidas
sem astros

reparto contigo solidão
pedaços de alegria
momentos de tristeza
...paixão

congemino definições
talvez exactas
talvez adversas
talvez por seres
um amigo confidente
talvez pelo brilho
que busco na ausência

tens o mar por companhia,
acodes os aflitos
apontas caminhos
com ciência cativa
entre os teus segredos

e dizer-te mais?
que (já) vives
no meu sorriso.

e estarás comigo,
em lembranças
entre os muros
abissais da saudade

leito vazante
para uma linha obstinada
entre o tempo e o espaço


sobejas
farol de mim!
e fio de luz
... estendido
até ao amanhecer
... naufragado
entre ilusões
em dias sem sol

e assim mesmo
a ti não hei-de dizer
"adeus"

Lena Maltez
(e retoques do vento)

sábado, 5 de abril de 2008

FRAGATA Álvares Cabral aberta ao público



No âmbito das comemorações dos 200 anos da abertura da Barra de Aveiro, a Fragata Álvares Cabral, da Marinha de Guerra Portuguesa, encontra-se aberta a visitas ao público em geral. Este navio encontra-se atracado no Terminal Norte do Porto de Aveiro, no cais RO-RO.

Horário das visitas:

SÁBADO, 05 ABRIL – 10h/13h; 14h30/19 horas
DOMINGO,06 ABRIL – 10h/13h
Contactos/Informações: 234 397 244; 234 397 230 capitania.aveiro@marinha.pt

Barra de Aveiro: Uma Obra de Bravura

Mário Lino considera abertura da Barra “obra de bravura” e anuncia investimento de 32 milhões de euros na melhoria das acessibilidades marítimas do Porto de Aveiro. As obras deverão ter início ainda em 2008.


O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, anunciou ontem um investimento de 32 milhões de euros na melhoria das acessibilidades marítimas do Porto de Aveiro, cujas obras deverão ter início este ano. Mário Lino falava na sessão solene de comemoração dos 200 anos da abertura da barra artificial de Aveiro, "obra de bravura" como a classificou, atendendo aos meios da época. Segundo o ministro, as obras de melhoria das acessibilidades marítimas do Porto de Aveiro deverão ter início ainda em 2008 e correspondem a um investimento de 32 milhões de euros.

"A evolução da barra de Aveiro é espelho do dinamismo regional e tenho o prazer de vos anunciar o lançamento das obras imprescindíveis para a melhoria das acessibilidades marítimas e essenciais para o aumento da competitividade do porto de Aveiro", disse.

Mário Lino garantiu que "as obras iniciar-se-ão ainda este ano, com a dragagem de um milhão de metros cúbicos de inertes, devendo arrancar no início de 2009 o prolongamento do molhe Norte em cerca de 200 metros", considerado essencial para permitir a entrada no Porto de Aveiro de navios de maior dimensão. Mário Lino explicou que cerca de um milhão de metros cúbicos de areias, resultante das dragagens, será empregue no reforço do cordão dunar a Sul, nas praias da Costa Nova e da Vagueira", zonas onde se tem feito sentir a erosão costeira e que, no Inverno, têm sido atingidas pelas investidas do mar.

O ministro realçou os investimentos de que o Porto de Aveiro está a ser alvo, nomeadamente a construção de novos terminais, a via de cintura portuária e a ligação ferroviária, "que estava bloqueada há mais de 20 anos".


"A plataforma multimodal de Cacia está em fase de conclusão e a ligação ferroviária prossegue a bom ritmo", observou, salientando a importância dessas obras para a interligação na rede de alta velocidade de Aveiro a Salamanca, que permitirá alargar a Espanha o interland do Porto de Aveiro.

A Secretária de Estado dos Transportes, também presente nas cerimónias, considerou o Porto de Aveiro como “um importante porto nacional”, razão pela qual deve continuar a merecer a maior atenção e apoio por parte da administração central.Em intervenção produzida no lançamento do livro “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”, de Inês Amorim, Ana Paula Vitorino socorreu-se do título de um dos capítulos da obra – “Encerramento sem fim” -, adaptando-o aos tempos presentes. Há 200 anos Aveiro conquistou uma ligação sólida ao mar, através da abertura da Barra; conquista que continua, desta feita por via terrestre, alargando o hinterland de influência do Porto de Aveiro. A governante referia-se à ligação ferroviária ao Porto de Aveiro, cujas obras decorrem a bom ritmo, cumprindo os prazos estipulados, razão pela qual a sua inauguração se prevê para 2009.

Fonte: Porto de Aveiro newsletter n.º 131.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Exposição: Colecção A. Marques da Silva no M.M. Ílhavo


A cultura marítima alimenta-se do fascínio pelo mar, de pequenas sensibilidades e grandes rigores. O fabrico artesanal de miniaturas de embarcações governadas ou conhecidas pelos seus próprios modelistas corresponde à necessidade afectuosa (ou mesmo nostálgica) de lembrar o mar, de evocar os navios e exprimir socialmente o saber exigido pela navegação.

O interesse dos capitães de navios bacalhoeiros pelo modelismo naval participa destes motivos gerais, mas exprime um gosto particular, afectuoso, muito cultivado e necessariamente subjectivo. À semelhança de outros notáveis companheiros, o Senhor Capitão António Marques da Silva deu-se às artes do modelismo naval e ao estudo das medidas e formas dos navios desde o momento em que a experiência de mar lhe confirmou as vantagens práticas do rigor dos cálculos e do acerto dos métodos.

O Capitão Marques da Silva reúne todas estas características e invulgares qualidades. As peças de sua autoria que agora confiou ao Museu Marítimo de Ílhavo exprimem talentos diversos que acrescentam ao seu curriculum de mar as facetas de modelista exímio e de pesquisador metódico, sempre preocupado com o alcance pedagógico dos seus modelos, desenhos e estudos de carácter monográfico sobre “embarcações tradicionais”. O depósito e exposição desta colecção particular no Museu Marítimo de Ílhavo acrescentam riqueza às memórias materiais da “faina maior”, visto que a maioria das peças permitem ao Museu novos e belos suportes de discurso para as memórias que pretende evocar. O depósito desta colecção deve-se à generosidade do Capitão A. Marques da Silva e à iniciativa da Associação dos Amigos do Museu a quem gratificamos pelo renovado empenho no enriquecimento das colecções do Museu Marítimo de Ílhavo.


Fonte: Museu Marítimo de Ílhavo.

Barra de Aveiro: 200 anos depois

O Farol a 03 Abril 2008

Ontem, fez-se história na região... Celebrava-se os 200 anos da Barra de Aveiro... e eu, assim como muitas outras pessoas, não quis deixar de marcar presença neste dia tão importante, que ficará registado para memórias futuras ...

Depois de um dia de trabalho, nada melhor que juntar o útil ao agradável e aproveitar o fim de tarde com cheiro a Verão Primaveril, e rumar à Barra, para assistir a alguns dos acontecimentos previstos, para o fim de tarde. Nomeadamente: ouvir soar da Ronca do Farol, assistir às"Honras a Terra”, efectuadas por um dos navios da Marinha Portuguesa e a inauguração do painel cerâmico, do artista aveirense, Zé Augusto.
Aqui ficam alguns dos "possíveis" registos fotográficos desse dia.

A união entre Mar e da Ria de Aveiro

O regresso do mar depois de um dia do mar

Ao fundo... o painel cerâmico da autoria de Zé Augusto

Uma vez mais o painel cerâmico... desta vez mais de perto...

"Honras a Terra” pelo navio da Marinha

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A BARRA DE AVEIRO FAZ HOJE 200 ANOS

1813 - Mapa da Ria de Aveiro para inteligência do plano da abertura da Nova Barra

“Às 7 horas da tarde, em segredo, acompanhado por Verney, pelo marinheiro Cláudio e poucas pessoas mais, arrancam a pequena barragem de estacas e faxinas que defendia o resto da duna na Cabeça do Molhe. Cortam a areia com pés e enxadas e Luís Gomes, abrindo um pequeno sulco com o bico da bota no frágil obstáculo que separava a Ria do mar, dá passagem à onda avassaladora da vazante para a conquista da libertação económicade Aveiro, depois de uma pressão que durava há 60 anos”

Assim descreve o Comandante Silvério da Rocha e Cunha, o grandioso feito, que foi a abertura da Nova Barra, a 03 de Abril de 1808, que hoje é celebrado por todos nós.
No entanto, antes da abertura da Barra de Aveiro, e no último quartel do Séc. XVIII, Aveiro era uma cidade faminta, insalubre e angustiada...

"Cada um cobiça o pedaço de pão negro do vizinho, ou a magra caldeirada que, de quando em quando, pôde tirar da água lodosa da laguna; os povos limítrofes disputam, espancam-se brutalmente, e continuam a morrer de fome. Das dezasseis casas nobres, que tinha havido na vila, restavam duas, e no caos de misérias só ficaram de pé as ordens religiosas por disciplina e obediência à sua finalidade.
A nação abandonara a politica de produção... No quadro da apagada vida nacional, Aveiro era uma cidade de insalubre, faminta, angustiada, pedindo em vão que a salvassem."

In: Conferência realizada em 14 de Junho de 1930, pelo Comandante Silvério da Rocha e Cunha


Perante toda esta situação, a 02 de Janeiro de 1802, o Príncipe Regente D. João, encarregou dois notáveis Engenheiros, Luís Gomes de Carvalho e Reinaldo Oudinot de elaborar o projecto das obras a realizar, para salvar a região de Aveiro. E assim foi... a 03 de Abril é aberta a Nova Barra, marcando assim um novo período de prosperidade na história económica de Aveiro.

O Engenheiro Luís Gomes de Carvalho, presidiu a direcção de todas as obras da Barra até 1823, altura em que foi obrigado a interromper o seu meritório trabalho, devido a lutas politicas.

Na reunião camarária do dia 21 de Junho de 1823, presidida pelo Barão de Vila Pouca, Rodrigo de Sousa Teixeira da Silva Acoforado, assistida pelo Clero, Nobreza e Povo, ficou deliberado, por unanimidade, a prisão e a expulsão do Engenheiro Luís Gomes de Carvalho, que viria a falecer em 1829.
No entanto, passados 35 anos, a ruína vivida no século XVIII estava de novo a martirizar Aveiro, até que o Engenheiro Silvério Pereira da Silva, retomou a visão de Luís Gomes e as obras de recuperação foram colocadas em andamento.
Depois de tudo aquilo que foi feito por Luís Gomes na região, é caso para dizer que a ingratidão falou mais alto, pois aquilo que Aveiro é hoje, o deve a Luís Gomes de Carvalho.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

“Hum segundo dia de creação”


“reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus, num único lugar, a fim de aparecer a terra seca”
(Antigo Testamento, Génesis, 1-9).

“Hum segundo dia de creação” é a expressão entusiasta com que o engenheiro Luís Gomes de Carvalho saúda o Rei e a Corte, ausentes no Rio de Janeiro, face à ocupação de Portugal pelos exércitos napoleónicos. A carta que lhes dirige (doc.15.2) traduz o cumprimento de expectativas, acalentadas há muito, e o momento de glória, perante o sucesso da abertura da barra de Aveiro, a 3 de Abril de 1808.
A linguagem bíblica identifica a ocasião. “Creação”, por querer cortar com o passado de dificuldades, num processo de mudanças, sem paralelo: hum segundo dia de creação [criação] em que se operou, como por hum prodigio huã [uma] conveniente e necessaria separação das agoas e dos terrenos que estavão [estavam] na mais fatal confusão “Segundo dia…” confere-lhe a componente sobrenatural, equiparável à Criação Divina, tal como narra o texto bíblico “reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus, num único lugar, a fim de aparecer a terra seca” (Génesis 1-9). Se o momento é de vitória, é-o, ainda mais, por favor régio, como a Criação do Universo fora uma atenção Divina. Desta forma, a analogia entre o rei e Deus impõe-se.

Num traço característico da época, um rei iluminado, encarna o culminar de uma feliz cadeia da atenção paternal dos monarcas, sublime deferência para os que viviam do porto, dos portos da Ria e dos seus recursos.


Fonte: Porto de Aveiro - Newsletter n.º 129

Documento Histórico IV - Plano Hidrográfico da Barra e Porto da Ria de Aveiro


1887 - Plano hidrográfico da Barra e Porto da Ria de Aveiro, da autoria do Engenheiro A.M. dos Reis auxiliado pelo Tenente do Exército C.A. da Costa - Escala 1:20000.

Fonte:Biblioteca Nacional Digital.