Gostava de um dia me aventurar a construir uma réplica deste género. Sei que é um trabalho bastante minucioso, que requer alguma habilidade, concentração e bastante paciência... talvez seja o meu próximo desafio, quem sabe ;)
Esta maravilha, é da autoria de c. Vasconcelos, trata-se de uma réplica do Bacalhoeiro Inácio Cunha.
Este primeiro Bacalhoeiro, foi mandado construir em 1945, no estaleiro Naval de José Maria Bolais Mónica, na Gafanha da Nazaré, tinha o casco em madeira, não congelava, e tinha apenas um porão para o salgado. Tinha de comprimento cerca de 46,60 m e a potência do motor era de 550 HP.
No entanto passados alguns anos, este Bacalhoeiro viria a afundar-se ao largo da Gronelândia, depois de um violento incêndio...
Vamos recordar:
"Sem a menor possibilidade de ser socorrido, todo o dia o "Inácio Cunha" se manteve envolto em grandes labaredas e espesso fumo, sacudido a espaços por violentas explosões, acabando por se afundar às duas horas e trinta minutos do dia trinta do mês de Agosto de mil novecentos e sessenta e seis, com todos os seus pertences e carga que constava de onze mil e oitenta quintais de bacalhau frescal, trinta e duas toneladas de óleo de fígados de bacalhau, dezanove toneladas de caras, sete toneladas de línguas, lombos e samos de bacalhau, dez toneladas de lula japonesa, cinco toneladas de cavala norueguesa, quarenta toneladas de sal, bem como todos os haveres da tripulação, que não foi possível salvar."
"O pânico gerou-se a bordo e só com muita dificuldade o Capitão, auxiliado pelos seus principais, conseguiu que a operação de arriar os botes se processasse em boa ordem. Vendo a tripulação mais calma, tentou o Capitão entrar no seu camarote para salvar a documentação do navio, mas isso foi-lhe impossível, dado que o camarote, situado mesmo por cima da casa das máquinas, se encontrava cheio de fumo e o calor ser insuportável. Pelas cinco horas e trinte minutos do mesmo dia, já com a tripulação a salvo, resolveu o Capitão com os seus Principais abandonar o navio, verificada a impossibilidade da sua salvação e porque se temia a todo o momento qualquer explosão nos tanques de gasoil. Recolheu-se a bordo do navio "Soto Mayor", onde já estava toda a sua tripulação. O Capitão do "Soto Mayor" informou o navio-hospital "Gil Eannes", que se encontrava em Holsteinsborg, do que se estava a passar com o "Inácio Cunha". Pelas quatorze horas do mesmo dia ouviu-se de bordo do "Inácio Cunha" uma violenta explosão acompanhada de grande erupção de chamas e tendo a seguir caído o mastro de ré. Pelas desassete horas foi dada ordem para que todos os tripulantes passassem para bordo do "Gil Eannes", que entretanto chegara ao local do sinistro. "
Depois deste acontecimento e com o dinheiro da seguradora, foi projectado um novo Inácio Cunha, a pedido do armador, este já bem mais evoluído... Em aço, com porão para os salgados e para os congelados...
2 comentários:
Como miniatura de um navio parecido comm o "Inácio Cunha" optima.
Chamar-lhe réplica do "Inácio Cunha" deixa muito a desejar.
De qualquer modo parabéns pelo trabalho artesanal e pelo esforço feito.
obrigado Barramar.blog. Para mim é uma miniatura perfeita ou quase ! Sou um pescador reformado , que em -1966-embarquei no Inaçio Cunha ,vindo da viagem anterior do lugre motor avis ,tambem naufragado,portanto foram para mim dois naufragios seguidos,más que foram as melhores viagens que dei ,ou seja ganhei bom dinheiro.Desgraças ouve algumas infelismente,como a do capitão jose vilarinho que foi abalroado e ,perderam- se vidas como esse muitos infelismente ,agora navios com fogo a bordo e nessa altura foram muitos deixaram muito a desejar...Mas foi o que foi,cada navio que naufragava de fogo ou curto circuito ,já havia outro com outras carateristicas a construir para a mesma empresa,portanto tudo se passou. Alguem me informa sobre o Sre Capitão Erenesto ,que éra na altura o capitão do navio ? Assino jaime pontes de caxinas vila do conde
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