No próximo sábado, pelas 17h, vai proceder-se, na Galeria dos Paços do Concelho, à inauguração da exposição “A Explicação do Vento”, de Marcos Sílvio.
A exposição, que inclui dezenas de modelos de navios em madeira e desenhos a óleo sobre tela, e que se integra nas comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro, é assim descrita por José Paradela:
“Na sua pintura, a luz, a água e o vento, são de modo recorrente, os materiais temáticos, com os quais vai construindo imagens e paisagens inventadas, onde se movem naves cumprindo rotas no sopro do vento: Os barcos de ontem e de hoje, independentes do Tempo, navegando algures para nenhures, como objectos silenciosos para lá da última fronteira…
Marcos Sílvio habituou-nos a uma pintura figurativa, independentemente das fases que tem atravessado, ora mais geométricas ora mais orgânicas.
Mas a sua pintura, para além das apuradas técnicas que a caracterizam, só aparentemente representa navios ou embarcações. Na verdade esses navios não são retratos! Não se trata ali de representar, mas de ser. Cada nave é. É um ente criado para nos transportar a outros locais, quer existam na memória, quer sejam do domínio do sonho, no interior das suas paisagens feitas de líquidos luminosos! (…)
(…) Daqueles navios sobraram estórias que vai contando como memórias descritivas; estórias dos homens que os construíram, dos homens que os habitaram, dos homens que ali sofreram e a quem muitas vezes serviram de tumba. (…)
(…) É admirável esta exposição, pela paixão que comporta, pela persistência compulsiva do tema, pelo entusiasmo de explicar materializando, o objecto mediúnico das suas transposições poéticas. Mas ela não poderá ser totalmente entendida se alienarmos o universo pictórico do autor.
“Foi pelo vento que fomos” ou “A explicação do vento”, são portanto títulos que lhe fazem jus, e é por aí que, em meu entender, esta exposição deve ser saboreada...
E comovidamente sentida, porque estamos perante uma declaração de amor”.
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