quarta-feira, 9 de abril de 2008

Forte da Barra em ruínas espera pela recuperação...

Estão degradadas e ao abandono as instalações do antigo Forte da Barra, na freguesia da Gafanha da Nazaré, Ílhavo, um imóvel classificado de interesse público pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), sobranceiro à ria de Aveiro, que se estima ter sido construído em 1640, durante a Guerra da Restauração.

"O estado em que aquilo se encontra é fácil de ver, é só passar por lá e pela sua área circundante, com a erva a crescer por todo o lado, no meio de restos de comida que parece ser a alimentação de gatos ou de ratos ou de outro tipo de animal sem dono", desabafou, ao JN, António Angeja, do Clube Natureza e Aventura de Ílhavo. O coronel na reserva, que na sua vida profissional esteve colocado no Museu Militar, em Coimbra, preocupa-se com a história da região.

"Aquilo está tudo abandonado e acho que alguma coisa poderia ser feita", considera António Angeja, que recorda que não há muito tempo chegou a alertar os deputados eleitos para a Assembleia da República por Aveiro, "mas até agora não tive resposta nenhuma", afirmou. "Mandei-lhes um e-mail onde se diz 'Pobre Forte da Barra de Aveiro, belo ao longe mas em ruína'", contou. "Aquilo está mesmo ao lado do Jardim Oudinot, onde se tem gasto muito dinheiro em recuperação", disse.

Para António Angeja, as instalações do Forte da Barra poderiam ter bastante interesse para muitas coisas, inclusive para um Museu da Ria". "Era um óptimo local", refere.

Concurso sem candidatos

Património do Estado, gerido pela Administração do Porto de Aveiro (APA), que está a comemorar o segundo centenário da abertura da barra de Aveiro, o Forte não está esquecido por aquele organismo, segundo diz o presidente da APA. José Luís Cacho considera que as instalações do Forte da Barra têm condições para serem aproveitadas do ponto de vista turístico.

"Já tivemos um concurso para recuperação e aproveitamento turístico do Forte mas não apareceu ninguém", lembrou José Luís Cacho, que admite a possibilidade de um novo concurso vir a ser lançado com o mesmo fim.

Para o presidente da APA, aquele organismo não tem condições para fazer a obra. "Terá que ser um privado a recuperá-lo e a aproveitá-lo com um período grande de concessão para poder rentabilizar o investimento. É um assunto que não está esquecido e que espera oportunidade", frisou.

Segundo António Angeja, a Tenalha ou Forte da Barra é constituída por dois meios baluartes ligados por um cortina, tendo apenas sido concluído o baluarte sul com três canhoeiras. Uma das cortinas é rasgada por tripla arcaria com acesso por escadaria, à esquerda, para o terraço superior, erguendo-se ali uma torre de vigia. Unem-se ao forte várias construções, quer no meio baluarte a norte, quer correndo ao longo da cortina interior. No século XIX, perdida a sua eficácia militar, foi construída, contígua à fortaleza, uma bateria rasa. Uma das três canhoeiras que existiam na bateria rasa, é hoje utilizada como entrada para cais de embarcações.

Fonte: JN

3 comentários:

Anónimo disse...

Isso é uma pena, deixar um patrimônio desse porte cair em ruínas.Vamos lá peswsoal, está na hora de fazer reparos nisso.è de responsabilidade de vocês deixarem isso para a humanidade.

Anónimo disse...

Não é obrigatório que seja a APA a solocionar o problema do FORTE, nem é ele o unico que precisa lá de MARRETA....há por lá mais edificios completamente em ruinas....
Julgo que a melhor solução para o forte é deixar o baluarte sul como está......destruir as construções que lhe colaram, deixar a tenalha antiga e fazer a limpeza dos subterraneos..
Como aquilo é PATRIMONIO DO ESTADO e IIP caberá talvez ao IPPAR solucionar o problema......

Anónimo disse...

Sobre o FORTE DA BARRA junto um comentario e pedido que fiz ao IPPAR e de que dei conhecimento a outras entidades:
HÁ TEMPOS MANDEI-VOS UM MAIL PEDINDO QUE ME INFORMASSEM COMO SERIA POSSÍVEL RECUPERAR O EDIFÍCIO CLASSIFICADO DE INTERESSE PUBLICO DESIGNADO POR «FORTE DA BARRA DE AVEIRO»....JÀ RECEBI UMA RESPOSTA A DIZER QUE ALGUÉM ME IRIA RESPONDER.....E ATE AGORA NADA....FAÇO ESSA PERGUNTA PORQUE me LEMBRO, QUANDO ERA DIRECTOR DE UM MUSEU EM COIMBRA, O IPPAR TER APOIADO A RECUPERAÇÃO DE ALGUM PATRIMÔNIO EM COIMBRA....
A SITUAÇÃO DE RUÍNA EM QUE SE ENCONTRA O «FORTE DA BARRA» E PELO MENOS DOIS EDIFÍCIO DO ESTADO PERTO DELE, É SIMPLESMENTE VERGONHOSA E PERIGOSA... E AINDA È MAIS VERGONHOSO QUANDO AO LADO DO FORTE SE FAZEM GRANDES OBRAS NO «JARDIM OUDINOT», SE COMSTRUIU NO LOCAL UMA RÉPLICA DE UMA VIGIA SEM QUALQUER INTERESSE HISTORICO E SE ESPERA EM SETEMBRO UMA VISITA DE UMA REGATA DE GRANDES VELEIROS HISTORICOS.... LEMBRO QUE O FORTE DA BARRA TEM UMA HISTORIA LONGA NO PERIODO DAS FORTALEZAS PIROBALISTCAS....EXISTINDO JÀ A INDICAÇÃO DE UMA GUARNIÇÃO NA ZONA NO SEC XVI PARA PROTECÇÃO E CONTROLO DOS NAVIOS QUE FUNDEAVAM NO LOCAL.....SITUAÇÃO CONFIRMADA POR DOIS ACHADOS ARQUEOLOGICOS ENCONTRADOS NAS ESCAVAÇÕES DO TERMINAL NORTE DO PORTO DE AVEIRO A ALGUMAS CENTENAS DE METROS DO LOCAL E POR UM LIVRO DE ACORDOS DE AVEIRO DA ÉPOCA...

INFELIZMENTE O FORTE DA BARRA È O QUE NOS RESTA DE OUTROS FORTES EXISTENTES NO LITORAL DE AVEIRO E DE DIVERSAS VIGIAS AO LONGO DA COSTA ....DAS QUAIS DESTACO A TORRE DA «SENHORA DE VAGOS» DO INICIO DA NACIONALIDADE, JÁ DESAPARECIDA E DA «SENHORA DAS AREIAS» EM S. JACINTO, AINDA EXISTENTE COMO CAPELA...

PENSO QUE DEVIA SER DESTRUIDO TODO O CASARIO EM RUINAS QUE COLARAM AO FORTE......MANTIVESSEM A BATERIA RASA AINDA EXISTENTE.....RECUPERASSEM A ANTIGA LINHA DEFENSIVA DA TENALHA COM A PEDRA RETIRADA DA DEMOLIÇÃO.... FOSSE MANTIDO O FORTE COMO ERA NO TEMPO EM QUE TINHA FUNÇÃO DE DEFESA....E LIMPOS OS SUBTERRANEOS FAZENDO_SE ALGUM TRABALHO ARQUEOLOGICO.



ANTONIO ANGEJA