sexta-feira, 13 de junho de 2008

Ostras da ria de Aveiro põem os franceses loucos


A produção de ostras na ria de Aveiro está a encher a barriga dos franceses. São eles os responsáveis pela quase totalidade do consumo daquele molusco que tem como viveiro a laguna aveirense.

Seis produtores de ostras "enchem" as redondezas do cais da "Bruxa", na Gafanha da Encarnação (Ílhavo), produzindo cerca de 200 toneladas por ano daquele apreciado molusco, que tem como consumidor preferido, o francês.Mais de 90 por cento da produção de ostra da ria de Aveiro tem como mercado a França. A Espanha compra alguma coisa e o restante fica em Portugal.

"A ostra da ria de Aveiro é muito concorrencial em termos de qualidade", confessa ao JN Paulo Melo, um antigo praticante de voleibol, que fez o curso de Ciências do Meio Aquático na Universidade do Porto, que em 1992 começou a produzir ostra em pequena quantidade, mas que só a partir de 2000 se lançou "a sério" no negócio", possuindo também produção de ostras no Algarve. "Aveiro é uma ria muito rica, em algas e matéria orgânica, fornece muito alimento", disse ao lembrar a sua escolha pela ria de Aveiro. "Os franceses são grandes apreciadores de ostras, então no Natal o mercado dispara, e como eles só querem ostra de grande qualidade, vêm buscá-la aqui", frisou Paulo Melo que se queixa da não existência de maternidades de ostras no nosso país e do facto de não haver seguro de produção em Portugal. "As ostras juvenis são adquiridas aos franceses", disse.

O preço pago pelo molusco à produção chega, nalguns casos quase a atingir os dois euros por quilo, mas quando a ostra chega à mesa do consumidor francês , por exemplo, pode atingir preços que rondam os vinte euros. "Vendo para os distribuidores, mas são eles que fazem a depuração em Arcachon e na Bretanha, embora aqui tenhamos qualidade de água suficiente para que a ostra possa ser vendida directamente ao público.

Paulo Melo queixa-se de a ostra ser o único marisco que em Portugal é taxado a 21 por cento (a lagosta é taxada a cinco por cento, por exemplo) e a não apetência do mercado português é explicada pela falta de tradição e, depois, pela ajuda do IVA. "Fui para a produção de ostras, também por causa dos roubos que há na ria, mais dirigidos para a amêijoa", lembrou. "Investi na altura certa e tenho tudo pago. Eu pago tudo a pronto, e só recebo a 90 dias", frisou, realçando que é "pena que a ria não seja mais explorada". "Tem condições únicas em Portugal para a produção de ostras", disse.

Negócio com algum risco, é para Carlos Moreira Ramos, a produção de ostras. Na produção daquele molusco há 14 anos, também na ria de Aveiro, na zona da "Bruxa", depois de ter cursado aquicultura no "Inforpescas", depois de uma experiência como pescador. "É um negócio que dá para viver", acentuou. "O mercado português e o espanhol não se interessam, daí que a produção vá toda para França, que também é por sinal, segundo lembra o país considerado o maior produtor de ostras do mundo. Tem quatro viveiros, com a totalidade de mais de 120 mil metros quadrados. E não tem dúvidas. "Pelos conhecimentos que tenho, a ria de Aveiro, é o melhor sitio da Europa para se produzir ostra", lembra.

2 comentários:

artes_romao disse...

Boa noite,td bem?
k post tao interessante, está o máximo...
de uma noticia muito boa para a nossa terra, mas k ate poderia ser melhor se os nossos portugueses dessem o devido valor ao k temos na nossa ria..
fika bem,jinhos***
continuaçao de um excelente fim d semana.
força,continua!!!

laura andré sousa disse...

Olá boa tarde, eu li este artigo e estou interessada em entrar em contacto com o senhor que trabalha na área. Será que me pode arranjar o contacto?
(estou a fazer investigação na área- Mestrado)


cumprimentos, laura sousa
e-mail: laurasous@gmail.com ( agradecia que me respondesse para o e-mail se for possivel)